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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Banca "aguentada" pelo contribuinte

Já percebi o mal da Europa e do capitalismo europeu. O Capitalismo Europeu é capitalista enquanto tem o guarda chuva dos estados. Nos Estados Unidos um capitalista não se vira para o seu concidadão e advoga a sua pobreza. O capitalista norte americano vira-se para o seu concidadão e diz.

"Dá-me o teu dinheiro que eu faço-te mais rico e se eu o estourar todo é realmente um problema teu porque tu deste-me o teu dinheiro de livre vontade e é essa a nossa liberdade, a de nos explorarmos mutuamente até à miséria de um e a abundância do outro, ad infinitum, sem que ninguém, muito menos o Estado, tenha alguma coisa a ver com isso."

Quando o Bush salva a banca em 2008 houve uma resistência ideológica a esse resgate "É o comunismo" diziam os banqueiros da velha guarda. A vontade dos banqueiros sobreviventes é que se deixasse cair a banca que não foi capaz de sobreviver à crise e os mercados reequilibrar-se-iam por si só. Claro que se estavam nas tintas para o dinheiro perdido pelos depositantes e investidores, porque segundo os norte-americanos foram livres de o fazer e conheciam os riscos.

Um capitalista na Europa (onde se nacionalizam bancos que estão a dar raia por dá cá aquela palha - ainda hoje a Holanda nacionalizou mais um que andou a queimar dinheiro - os capitalistas viram-se para o povo e dizem.

"Dá-me o teu dinheiro que o vou usar a bel prazer e se esta merda for pelo cano abaixo, toca a ficar sem saúde, educação, segurança social e a fazer sacrifícios no ordenado para ajudar o Estado a pagar a merda que nós fizemos"

Fernando Urlich, com o seu discurso do "Aguenta, aguenta" é o espelho acabado dessa ideologia. Um capitalismo alicerçado duas vezes no dinheiro dos cidadão. Primeiro no dinheiro que a eles lhes é confiado e em segundo lugar alicerçado nos impostos que pagamos ao Estado para poderem ser recapitalizados quando as má gestões deitam milhares de milhões pela sanita (com um desvio estratégico para algumas contas na Suíça e nas Caimão).

É fácil ser banqueiro em Portugal quando se tem o dinheiro do Estado (dos contribuintes) para almofadar a gestão arbitrária. Por isso é fácil dizer "Ai aguenta, aguenta" porque se não aguentam os bancos não têm dinheiro para funcionar.