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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Quase bela

A FHM é, apesar de um franchising editorial importado, a revista quase porno portuguesa onde as quase celebridades quase que expoêm as mamas. À falta de uma Playboy tuga ou de uma Hustler lusitana, (estou a excluír aqui as pornochachadas da Gina e do jornal Sexus) e não para não variar da pobreza de espirito típica nacional, o que há para quase excitar as líbidos masculinas com as gajas famosas portuguesas é mesmo a FHM. Como a emancipação para a mulher portuguesa é ter conseguide livrar-se de levar porrada do marido quando o Benfica perde, também são poucas as mulheres famosas portuguesas que se livram de preconceitos e mostram, realmente, as mamas. Salva-se a honrosa excepção da Lídia Franco, aquando da sua fugaz existência como ícone sexual do novo riquismo português pós-PREC nos anos '80, em que mostrou realmente as mamas na saudosa e chique revista Élan. Como basicamente em 20 anos o país regrediu, hoje as quase famosas vão para a FHM quase despir-se.

Último exemplo desta pobreza de espírito é a capa da mais recente FHM onde a pueril Luciana "Floribela" Abreu tenta mostrar uma nova faceta, mais "madura, mais mulher". A menina que chorava baba e ranho pelos pobrezinhos à sombra de uma árvore assombrada pelo espírito da mãe morta, betuma-se agora com maquilhagem e veste espartilhos barrocos que lhe apertam e escondem a silicone nas folhas da revista em poses pseudo-sensuais, debitando as banalidades do costume na entrevista idiota que sempre acompanha estas sessões fotográficas, onde destaco esta pérola de criatividade:

FHM: É só talento! Diz-nos uma coisa sobre ti que nos surpreenda.
LA: Sou tímida e muito romântica. (in http://www.wilson.com.pt/fhm/)
"Foda-se..." interjeito eu...
"Olha a Floribela com ar de puta" dirá o Zezinho de 8 anos ao passar com a mãe pelo quiosque."

Em última análise, esta quase actriz pintada de loiro com lentes de contacto azuis e mamas de borracha que se aperta nuns trapos e borra-se com maquilhagem, que quase mostra o corpo numa revista quase pornográfica quase que me leva a masturbar à conta.

PAX

P.S. Dirão vocês... "Se calhar não ias lá não..." ao que eu respondo "Sim, era furar até encontrar petróleo"... But... That's not the fucking point!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ai, não gosto de pessoas hipócritas e tal...

Os novos sites de social networking são um must. A nova moda da adolescência borbulhenta é o ponto masturbatório de rapazinhos de 14 anos e fonte terror dos pais das raparigas a quem começam a crescer as mamas e a penugenzinha púbica e logo as exibem em galerias fotográficas para os masturbadores adolescentes (e não só). É também sítio onde muito boa gente adulta vai mandar os seus palpites existenciais. NO HI5, Netlog, Facebook, Orkut ou Myspace toda a gente se vende a si própria como o melhor produto do mundo. Com maior ou menor precisão há sempre uma pequena descrição do si próprio para, num acto de exibicionismo autofágico, tentarem dar-se a conhecer melhor.

Ora, na pasmaceira imaginativa da maior parte do pessoal que lá se descreve, se fizéssemos um levantamento estatístico dos utilizadores que colocam no seu o perfil que "não gostam de pessoas falas, hipócritas, cínicas" ou qualquer outro sinónimo que consigam encontrar para os adjectivos em causa, provavelmente verificaríamos que seriam na sua maioria mulheres.

Fazendo um pequeno exercício de lógica podemos deduzir que como a maior parte dos homens não coloca isso no perfil, é porque a maior parte dos homens gostam de pessoas cínicas, falsas, hipócritas e etc. Ou então que as mulheres que não colocam isso no perfil gostam desse tipo de pessoas. Ou então uma carga de outras deduções que seria possível fazer. Mas deixo este exercício para vós. Falemos de outra coisa:

Nunca cheguei a perceber porque é que alguém coloca uma coisa dessas no perfil.

Primeiro porque para mim, que, embora derrotado pelos factos indeléveis da estupidez humana, ainda sou um optimista, estar a colocar no meu perfil que não gosto de pessoas falsas é como dizer num perfil que gosto de respirar. Para mim é um facto adquirido que pessoas falsas não são boa companhia e deduzo que esse seja um facto adquirido para o resto das pessoas razoáveis. Não pergunto a uma pessoa razoável se ela gosta de respirar, não vou perguntar se ela gosta de pessoas hipócritas. Uma pessoa razoável não mo dirá também. Mas pelos vistos a malta aqui parece ter uma tendência patológica em insistir na publicação das suas preferências que deviam ser óbvias (deviam...). Quando alguém escreve:
"Que mais posso dizer? Ah detesto pessoas descompensadas, falsas, manipuladoras e que tem uma enorme dificuldade em ver os outros felizes. Se és uma dessas pessoas...ESQUECE!!! Este tipo de pessoas n me interessa ter na vida."
quer dizer exactamente o quê? Bom, nem a ela nem a ninguém (no princípio razoável da coisa)

Em segundo lugar, e pegando na mesma citação, quem faz ver claramente que "não gosta de pessoas hipócritas" estará realmente à espera de afasta as "pessoas hipócritas" Não é próprio de uma "pessoa hipócrita" fazer-se passar por quem não é?

Quando houver um perfil que admita claramente que quer conhecer alguém falso, hipócrita e manipulador, e esse alguém se chegue à frente a dizer "sim, sou um filho da puta falso como as cobras" aí sim, será uma verdadeira afirmação de personalidade. Posso não gostar delas, mas que valerão a pena conhecer, isso valerão.
Em última análise...

Com a verdade me enganas e como diz o Dr. House: "Everybody lies"
O facto de se colocar no perfil a dizer que não se gosta de pessoas falsas e hipócritas não faz menos falsa ou hipócrita quem o escreve. Mentir toda a gente mente e é estatisticamente impossível que, toda a gente que coloque isso no perfil, cumpra.

Um bom par de mamas é um dado de personalidade bem mais interessante do que saber que ela "não gosta de pessoas hipócritas"...

PAZ

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Another fucking monday

Pior do que a segunda feira é ceder ao cliché de odiar todas as segundas feiras pelo facto de ter que começar a trabalhar á segunda feira. Ontem falhei o blog dominical porque pura e simplesmente não me apeteceu fazer puto... nem escrever. Mas já que tenho que cumprir a obrigação de me levantar, vir para o escritório e ligar o PC, então que se escreva no blogue.

Servem estas postagens para aliviar a pasta gelatinosa agonizante que é existir às segundas feiras.

A segunda feira é como aquela dor fininha dos mais fígados que com a regularidade de uma diarreia nos caga em cima todas as semanas. Serve-me o alívio da contagem decrescente para o periodo de férias que se avizinha na semana que vem.

A vós que tendes também de partilhar as segundas feiras... Um bem haja

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Facto Inútil da semana

Semanazinha sacana, esta...

Para desenjoar do cansaço, aqui vai o facto inútil da semana

A maioria dos autoclismos descarrega a água em Mi bemol.


Achei importante partilhar isto aqui...

Bem hajam

P.S. Entretanto a votação anterior acabou e ganhou a minha mãezinha. Começamos esta semana com outra votação. Divirtam-se.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Inícios de semana

Schopenhauer, na sua misantropa e dolorosamente lúcida análise da existência referia-se à semana como seis dias de sofrimento e um dia de tédio, o Domingo. O pachorrento gato Garfield tinha na segunda feira o seu pior pesadelo, que o assombrava do calendário da cozinha como um peso atlético. Ambos tinham razão. Ontem foi um Domingo de tédio, hoje começa o sofrimento... E os dias insistem...

Ou desisto de ler ou desisto do calendário...

Foda-se.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Blogvs Domini

Os Domingos, essa abominável invenção do calendário cristão, servem para duas coisas, ou formatar o disco rígido ou engolir uma bala.

Como a minha máquina está de boa saúde e o acordo que fiz com a morte não contempla a minha acção directa e consciente, acho que vou acabar de ressacar aqui ao lado na cama...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Leituras de Merda

Gosto de ler. Sempre gostei de ler quando era pequenino e lembra-me que as primeiras letras que juntei conscientemente foram as do POP, detergente para a loiça, num supermercado que havia na minha rua, quando com quatro anos peguei na embalagem e li assim: "P-O-P, Pop..." Desde aí que leio muito. Estou tão agarrado à leitura que não saio à rua sem um livro, nem que seja só para ler uma página. A leitura entrou de tal modo nos meus hábitos quotidianos que não consigo ir à casa de banho sem levar alguma coisa atrás para ler. É quase automático o gesto. Volta na tripa/mão a agarrar algo com letras legíveis. O vício começou com os rótulos do shampoos e gel de banho de tal sorte que agora já não sou capaz de me sentar sem ter nada para ler. E se isso acontece toca de reler os ingredientes activos do shampoo anti-caspa.Ora isto já está tão automatizado que entretanto já descobri que há leituras que resultam melhor na casa de banho do que outras. Senão vejamos.

O Correio da Manhã é um must. A minha leitura de casa de banho é por excelência esse pasquim diário. Eu acho que nenhuma rotina intestinal regular fica completa sem uma boa dieta de fibras e a leitura diária do Correio da Manhã.
No segundo lugar do top de leituras de casa de banho ficam os catálogos e folhetos de supermercado. Claramente à frente estão os folhetos do Continente. O catálogo do Continente é perfeito. Com as páginas enormes quando damos por nós está o serviço feito. O do LIDL desde que optou pelo formato de jornal de fait-divers perdeu terreno para o catálogo do Continente que continua destacado com leitura de casa de banho. Os catálogos do Intermarché e do Pão de Açúcar são fracos no que toca a este ramo mas de vez em quando conseguem-se impor quando emitem catálogos temáticos nomeadamente na altura do regresso à escola e promoções de Primavera. A Vobis tem um catálogo mais elitista e de qualidade superior mas a sua regularidade editorial mais espaçada não se coaduna com a regularidade de um hábito corporal diário ou quase diário. No entanto, quando chega à caixa do correio, tem o seu lugar reservado no banquinhO ao lado da sanita.
Uma boa escolha para leituras de casa de banho é, se se der o caso de ter uma em casa, são as revistas de curiosidades científicas do género Quo ou Super Interessante. São quase perfeitas mas normalmente cada número só dá para duas ou três idas à casa de banho e como são mensais acabam por ficar para trás neste top.
Já dentro das leituras de ocasião descobri que a literatura e a filosofia são más escolhas. São leituras demasiado contemplativas e não raras vezes acontece ficar perdido na leitura de algum livro e dar por mim com o rabo enregelado e as pernas dormentes. No entanto ainda se aguenta uma boa leitura de casa de banho com alguns filósofos analíticos. Karl Popper é uma boa escolha ou então Peter Singer. Já Descartes é perfeito para ira à casa de banho. Autores de carácter aforístico são sempre boas escolhas. Como são pequenas frases cabem bem nesta categoria. Nietzsche não é no entanto uma boa escolha. Pascal dá para ler mas apenas os fragmentos de carácter mais religioso. Goethe vai bem.
Por sua vez Paul Valéry está completamente fora de questão. É absolutamente desaconselhável ler Paul Valery na casa de banho. Assim como Ionesco ou Beckett.
Em casos em que acontece não ter o Correio da Manhã à mão sempre se podem ler os artigos de opinião do Público ou do Diário de Notícias. Fernando Rosas e Eduardo prado Coelho calham sempre bem. O 24Horas é talvez para gostos de casa de banho um pouco menos sensíveis. Assim como um Queijo da Ilha está para um queijo fresco. É bom mas não é sempre.
Em casos desesperados sempre posso ir ao arquivo de revistas do Expresso e do Independente que tenho aqui guardadas já vai para quinze anos e os artigos de opinião do Paulo Portas ou reportagens de fundo sobre o Cavaco Silva quando era primeiro ministro são sempre das mais refinadas leituras de casa de banho. Mas evito fazê-lo ao máximo. Literatura vintage desta estirpe precisa de ser preservada com o maior cuidado.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Um país de estúpidos ou de conspiradores?

Provavelmente vou chover no molhado, mas... Porra, está bem que toda a gente já esteja viciada num modo de escrita, que escrever depressa também dá azo a efectuar um ou outro erro ortográfico, mas, que mais não seja, que tenham o mínimo de esforço para melhorar.

Há erros básicos de português que são quase patologicamente repetidos e que amiudamente aparecem grafados aqui pelos blogues, foruns e perfis de sites de social networking, para já não falar em sessões de chat.

Das duas uma: ou a capacidade para perceber que muitas vezes basta mudar uma letrinha para que se escreva BOM português, e o habituar-se a mudar essa letrinha, está atrofiada por uma preguicite aguda ou simplesmente por uma estupidez galopante, ou então há uma espécie de conspiração gigantesca, para que se assassine em massa a única réstia de identidade portuguesa que ainda subsiste: a língua portuguesa. Isto porque em termos de genética, e com a taxa de natalidade mais baixa dos últimos 30 anos, estamos condenados ao ocaso lento e agonizante.

Para os filhos a solução é simples: fodam mais... abortem menos, não usem gabardine.

Para o português, mesmo que não andem a tirar cursos de línguas e literaturas modernas, pelo menos para os internautas, que se queiram dar ao trabalho, há no entanto um vislumbre de esperança. O Mozilla Firefox,http://www.mozilla.com/en-US/ versão portuguesa PT-PT (europa) tem incorporado um corrector ortográfico que corrige a maioria dos erros que aqui se cometem.

É tão simples, deixam de usar o Internet Explorer, instalam o Firefox e de cada vez que escreverem num fórum, num blog ou num qualquer outro site, se por exemplo escreverem "aki" o Firefox sublinha a palavra a vermelho e no menu de contexto (botão direito do rato) aparecem as várias sugestões de correcção. Plim, bom português!!!

É assim tãããão difíiiicil????

É claro que podem simplesmente ignorar as correcções (preguiça, estupidez) ou então desligar a opção do corrector automático (conspiração assassina).

E vocês, são estúpidos ou conspiradores?

Verdades Universais: Filosofia e Álcool

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

As putas das foquinhas

A noção de sofrimento vicariante é usado na psicologia para identificar as pessoas que sofrem por simpatia com o mal dos outros, assumindo mesmo sintomas muitas vezes idênticos aos do que sofre realmente. É por isso que o sofrimento vicariante é uma patologia psicossomática.

A sociedade contemporânea trouxe-nos uma forma mais mesquinha e retorcida de sofrimento vicariante, o sofrimento à distância. Casos típicos podem-se encontrar no recente fenómeno Maddie, em que, em frente à televisão, descansados da vida depois de um dia de trabalho se sofre com o destino da pobre menina com a sinceridade mais desinteressada do mundo... Até se desligar a televisão e se berrar com a mulher por o jantar estar frio ou com o marido por cheirar a cerveja. Depressa a Maddie, ou outros casos afins, se transforma numa página de um livro arrumado no canto da estante, que se volta a abrir quando não se tem mais nada para fazer. O sofrimento alheio é consumido como uma droga alienante.

Outro tipo de sofrimento vicariante é o que muitas vezes se encontra aqui pela internet, Na aberração que é o chainmail e retratada de maneira deprimente pelos sites de "social networking", Hi5, Netlog, blogues diversos e afins e que, assim como em muitas outras coisas, é também espelho da sociedade em que vivemos

Não raras as vezes em mensagens e perfis há uma menina (quase sempre uma menina) muito preocupada, ofendida, escandalizada, disposta a dar a vida até, pela fome no Sudão, pelos animaizinhos maltratados na Antártica ou na China, por causa das peles ou por qualquer vítima de uma doença rara que precisa não sei do quê para ir fazer uma operação não sei aonde.

Curiosamente, entradas de blogs ou de perfis que anunciam os cortes do orçamento de estado de 2007 para as ajudas de custo para pessoas com deficiência nem uma. Palavras sobre os 900.000 ex-combatentes da guerra colonial que arrastam os seus fantasmas sem apoio nem solidariedade do próximo no dia a dia do país, mínimas. Indignação perante o desemprego, o fecho de fábricas, Referências à discriminação social, fome, actos de miséria diários que se arrastam todos os dias nas ruas onde essas meninas, e meninos, todos os dias se passeiam, nenhumas. As que existem são de friques de esquerda, burgueses arrependidos ou cristãos com problemas de consciência.

Porque é muito mais fácil indignarmo-nos com foquinhas a serem esfoladas a dezenas de milhar de quilómetros de distância ou mesmo com a tragédia do Darfur do que com a miséria que habita à nossa porta. Dessa foge-se, fecha-se os olhos, entra-se em casa e vem-se para a net escrever banalidades.

Custa ver com os próprios olhos a realidade, por isso inventa-se indignação com coisas que desaparecem assim que desligamos o PC.

Não digo que as causas aqui referidas não sejam também válidas. Mas se não somos capazes de ser honestos com o sofrimento à nossa porta, muito menos seremos capazes de ser com o sofrimento longinquo.

Ser solidário assim é fácil... Com as putas das foquinhas...

Beijinhos, e o c*aralho.