O estado do país reflecte-se nestes pequenos fait divers quotidianos:
Toca o telefone:
*triiiimmm*
EU: - Estou sim, Apoiar boa tarde, fala Humberto Silva
GAJO DO OUTRO LADO: Olá boa tarde, fala de uma oficina. É a primeira vez que estou a trabalhar com vocês, e tenho aqui um sinistro...
EU: - Provavelmente é engano, fala de uma associação...
GDOL: É que quero falar para uma seguradora, tenho aqui um sinistro
EU: - Certo - de boa fé - deve querer falar para os Seguros da Crédito Agrícola - com experiência de enganos anteriores.- É que esse número que aí tem não é da CA
GDOL: Mas é o número que tenho aqui, portanto quero participar um sinistro.
EU: Pois, mas não é esse, não fala da CA, fala de uma associação
GDOL: Então se calhar é convosco que tenho de falar...
EU: - Não, qual é a seguradora que aí tem?
GDOL: (rebusca papéis) Caixa de Crédito Agricola Seguros e tem este número
EU: Pois... Mas o número está errado. Não é dessa seguradora, está a ligar para uma associação...
GDOL: Mas é o número que tenho aqui, que é que eu faço agora.
EU: Tem de procurar o contacto certo... (duh...)
GDOL: Mas é este o número que tenho aqui. E agora tenho de participar este sinistro. olhe que quem se prejudica é o cliente
EU: Pois... mas como lhe disse não fala da seguradora. Nós não sabemos do que fala nem temos a ver com isso.
GDOL: Mas é o número que tenho aqui
EU: (perdendo a paciência, não os podes vencer, junta-te a eles) Oiça, mas o que quer afinal. Quer falar com o meu supervisor, é?
GDOL: Sim, passe ao seu supervisor se faz favor...
(...)
Há muito a dizer de um país onde mais facilmente se acredita que se está a ser enganado por um operador de call center do que por uma gralha tipográfica...
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