(Um blogue entre o chavascal ajavardado e a reflexão social séria)
Uma efeméride é uma efeméride e as efemérides valem o que valem, e quando muito valem pela sua origem. Como toda a gente deve (ou devia) saber o Dia da Mulher surge a partir do reconhecimento da luta das 130 mulheres que morreram queimadas há 150 anos em Nova Iorque porque o patrão as fechou dentro da fábrica a arder onde faziam greve pela melhoria das suas condições de trabalho. Mulheres que podiam ser homens. Eram apenas seres humanos a reivindicar o seu direito a uma vida melhor.
Hoje em dia passamos na Rua Augusta e a festejar o Dia da Mulher estão homens vestidos de fatos baratos, que ganham 30 euros para estarem a distribuir rosas murchas a tudo o que tenha um par de mamas e uma crica. E vendem o dia como se fosse de todas as mulheres.
Desenganem-se os incautos e as incautas. Este não é o dia de todas as mulheres mas sim daquelas que lutaram pela sua emancipação, as que deram a vida pela igualdade.
É o dia das mulheres proletárias, das que trabalham para dar de comer aos filhos e ao mesmo tempo de todos os proletários, que são explorados tanto por homens como mulheres.
Pois este não é o dia da capitalista que ficou em casa a lamber a pila ao marido dono da fábrica que mandou encerrar e fez outras mulheres passar fome ao mesmo tempo que engole esperma viciado de ganância.
Este não é o dia das mulheres que conduzem, a troco de orgasmos fingidos, jipes e carros de luxo oferecidos por homens que exploram mulheres iguais a elaas, as que trabalham a troco do ordenado mínimo na fábrica de têxteis à beira da falência. A essas, mais depressa lhes cuspo na cara que lhes desejo um bom dia da Mulher, a não ser que me façam um bico e manda-se a emancipação às urtigas
Voltando à vaca fria:
Hoje, mulheres do vosso suposto dia, é apenas mais um dia, 8 de Março de 2007, e a não ser que sejam uma proletária ou desempregada, das que luta no dia a dia para por comer na boca dos filhos, este não é o vosso dia.
Tomem consciência minhas senhoras, porque por cada rosa que vos oferecem no meio da rua, por cada poema que qualquer idiota a tentar levá-las para a cama vos recite, a miséria passeia-se ao vosso lado, e a miséria não tem sexo.
Agora vou ali buscar a bóina preta e a bandeira com o Mao e vou acampar para a Avenida da Liberdade à espera da manif amanhã a ver se no meio da confusão apalpo umas profes boas.
Lá está não podia faltar o tema "mamas"!!!
ResponderEliminarConclui após esta leitura que amanhã não é o meu dia, quer dizer trabalho mas não é para dar de comer aos filhos é mm para mim! Serve? E depois de tudo isto de cada vez que receber uma flor já não é a mesma coisa!!! Conseguiste estragar-me o dia de amanhã! Tou irritada! Oxalá leves um tabefe de uma prof.! :)
Ó meu, cuidado quando dizes "apalpo umas profes boas". É que "boa" já é uma avaliação, e se as profes sabem disso, terão por ti o mesmo respeito que têm pela ministra da educação. Afinal, é por causa dessas merdas que amanhã há a tal manifestação.
ResponderEliminarok já me fizeste rir e pensar, és um gajo só pode
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