Relativamente ao massacre em Newton, Connecticut nos Estados Unidos, e nesta
questão específica das armas e da saúde mental, e evitando as reduções a
categorizações unilaterais e nexos de causalidade simplistas, o que os
Norte Americanos têm de perceber é que aqui está uma questão do preço
que eles querem pagar para terem as suas liberdades.
Mais
do que apontar o dedo à sociedade, a uma doença mental específica, ou
até à política externa norte americana (no caso do Michael Moore no
Bowling for Columbine) a cada massacre que acontece, é necessário ver
isto como um caso de opções e estatística.
A
defesa da Liberdade Religiosa e do direito a usar armas dado pela
constituição norte americana é um direito tão fundamental para aquele
povo que a sua inaliabilidade é tão ao mais fundamentalista que a nossa
reivindicação sobre os nossos direitos adquiridos da saúde e da
educação. De tal sorte que, a haver acontecimentos trágicos ou
contradições que advêm das consequências diretas ou indiretas da
aplicação desses direitos, a causa desses eventos é sempre exógena, quer
ao povo quer à lei. O argumento habitual é “as armas não matam pessoas,
são as pessoas que matam as pessoas”
Entra aqui a primeira questão: estatística.
Pessoas.
As pessoas são uma massa disforme e sem cérebro. Uma pessoa é boa,
duas pessoas são boas, uma massa disforme de inúmeras pessoas é o caos. E
os norte-americanos são muitas pessoas. O problema é que toda a sua
estrutura mental e consequente redação da constituição e das leis está
virada não para a defesa das pessoas mas sim do indivíduo. Apesar da
constituição definir o direito às pessoas usarem armas, a interpretação é
que o direito é de cada um usar armas. O problema é que nos Estados
unidos são cerca de 300.000.000 de "uns".
É
portanto estatisticamente muito improvável que dentro desses
300.000.000 não exista um “um” que não seja mentalmente desequilibrado
sou simplesmente ache que todos os que são diferentes dele devam morrer
às mãos de uma gloriosa descarga de um clip de uma HK416. E se existe
um, provavelmente existem umas boas dezenas de milhar, se não centenas,
ou então, a dado momento da vida e em determinadas circunstâncias, cada
um dos 300.000.000 de norte americanos.
Logo,
se se distribui livremente armas a uma população que estatisticamente
pode ter entre si não um assassino em massa em potência, mas centenas de
milhares, é estatisticamente provável que volta e meia um desses tipos
tenha acesso a uma arma e que descarregue tranquilamente o clip em cima
de uma dezena de transeuntes, criancinhas ou não. As estatísticas
normalmente, embora arbitrárias, têm razão. E as estatísticas dizem que
os americanos matam-se uns aos outros por desporto e numa base regular.
Chegámos à segunda questão: opções.
Dizia
no início que não queria ser simplista mas acabo por chegar a uma
conclusão simplista. O principal problema dos norte americanos
relativamente às armas tem somente a ver com o facto de não quererem,
acima de tudo , que lhes tirem a liberdade de ter e usar uma arma. Isso
para eles é fundamental. Mas a estatística diz que essa liberdade tem um
preço. E é essa opção que têm que fazer. Manter a liberdade de cada um
dos cidadãos norte-americanos em usar armas livremente tem o custo das
mortes aleatórias numa base regular.
Se
os atiradores estão doentes, são autistas, estão fartos dos colegas de
trabalho ou achem que os seus concidadãos não merecem respirar o mesmo
ar, é secundário, quando a eles - antes de tudo o que são ou possam vir a
ser - ao abrir uma conta bancária lhes é oferecida uma caçadeira.
Podem optar em continuar a ter a sua AR-15. Mas por isso pessoas irão morrer.
É uma opção. Resta saber se sabem viver bem com ela.
"Vós que vos julgais felizes, olhai para o fundo das vossas almas e contemplai o vazio. Não tendes nada. E é o nada que vos ofereço."
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Jornalismo do MInistério da Verdade
O Sol é o Avante! (do governo português? do governo angolano?). Não dá
notícias. Cria uma realidade própria de modo a que a realidade se tenha
que adequar ao que já está escrito.
De repente, o Portas já aceitou qualquer que seja a decisão
De repente, o Portas já aceitou qualquer que seja a decisão
sobre a RTP (mas não se livrou dos submarinos) e um gajo que na RTP
ninguém sabia quem era, que nunca teve nada a ver com serviços públicos e
que ainda nem sequer tomou posse, já tinha atrás de si um estigma que,
mesmo sem ter tomado posse, já contrariou através do seu "prestígio".
E sem ter feito ponta de corno pela RTP, nem se saber qual o resultado da sua futura gestão, a próxima administração, que pelos visto já está decidido que será concessionada, irá mantê-lo como administrador.
É a escola George Orwell. O passado é o futuro. A história escreve-se adiantada disfarçada de presente. O SOL é um dos gabinetes do Ministério da Verdade do 1984. escreve a história antes de ter aocntecido
E sem ter feito ponta de corno pela RTP, nem se saber qual o resultado da sua futura gestão, a próxima administração, que pelos visto já está decidido que será concessionada, irá mantê-lo como administrador.
É a escola George Orwell. O passado é o futuro. A história escreve-se adiantada disfarçada de presente. O SOL é um dos gabinetes do Ministério da Verdade do 1984. escreve a história antes de ter aocntecido
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Um carro no fundo de uma ravina com uma série de gente morta dentro.
Quando o nosso carro, velha carcaça acabada, ainda aguentou uns
solavancos lá para o ano de 1974, acabou de desfazer-se em 1982. Foi
quando uns senhoras da Europa nos deram um carro novo lá para o ano de
1986.
Durante 30 anos o nosso carro aguentou-se. O carro, que era um carro bonito, sólido e agradável de habitar, teve uma série de condutores que, apesar de não saberem conduzir lá muito bem, e muitas vezes conduzirem alcoolizados, nunca nos atiraram por uma ravina abaixo.
Tinham era um grave problema: era pessoal do tuning.
Ora, o pessoal do tuning, para além do seu duvidoso gosto estético, endémico a quem pensa que percebe muito de determinada coisa e, para disfarçar, enche-se de iconografia e demais bugigangas relativas a esse assunto, até que o seu interlocutor se sinta de tal modo ofuscado pelo exagero que não faça muitas perguntas, tem ainda o vício de quitar o carro com coisas que são muito vistosas mas na prática não servem para nada.
E foi vê-los, uns após outros, deslumbrados com o equipamento que os anteriores deixaram, numa sofreguidão de "o meu ornamento de capô é maior que o teu ornamento de capô, a quitarem o carro com cada vez mais escapes de rendimento, alleirons, estofos de cabedal, bancos aquecidos, sistemas de combustível a nitrogénio, GPS de última geração e até, um ou outro, uns dados felpudos para pendurar no espelho retrovisor.
Durante 30 anos o nosso carro foi sendo equipado com tudo e mais alguma coisa, útil e inútil, de tal modo que em 2004 o carro parecia estar no seu auge de equipamento e potência.
Só que os condutores tinham outro problema. Deslumbraram-se com o carro que contruiram mas esqueceram-se que tinham que usar o carro para levar os seus passageiros a algum lado. E neste deslumbramento limitaram-se a conduzir um bólide sobreequipado em círculos.
Com este equipamento só dava vontade de pregar o pé no fundo. E, apesar de a sua condução não levar a lado nenhum, não primavam pelo cuidado com o material. Condutor após condutor, usavam o carro como se fosse um NASCAR de competição. Ele era primeiras a fundo, em que cada arranque despachava meio depósito de gasolina, ele era derrapagens apertadas, rotações a bater no vermelho, travagens a deixar borracha no alcatrão e choques com os carros do lado para os ultrapassar.
Mas aos poucos a gasolina ia-se gastando, os pneus começavam a ficar carecas, as pastilhas de travão a começarem bater no ferro e a chapa a caír aos bocados. A pouco e pouco ia-se descobrindo que muitas das jantes vistosas e alleirons de competição, pouco contribuíram para o modo geral de como o nosso pobre carro era conduzido, muito menos para um destino que nos fosse útil ou rentável.
Ainda assim, entre tantas peripécias e solavancos, nós, os passageiros, nunca nos sentimos inseguros, nem nenhum dos seus condutores nos tentou atirar de encontro ao muro ou em sentido contrário de frente para os adversários. Era gente que sabia mais ou menos conduzir, mesmo que em círculos.
Só que esqueceram-se que não tinham dinheiro para pagar a conta. E o pessoal das garagens e revendedores de peças, gente que não prima propriamente pela cortesia e urbanidade, adjectivos difíceis de qualificar a partir de fatos de macaco oleados e chaves sextavadas, começaram a exigir o pagamento. Em segredo, os condutores meteram-se com uns agiotas alemães que prometiam juros baixos para pagar aos tipos dos escapes e dos pneus.
Inevitavelmente, e após tantos anos a andar a gastar gasolina, pneus e travões sem nos levar a lado nenhum, os fornecedores começaram a bater à porta, os agiotas começaram a cobrar juros mais altos e tivémos que expular os condutores.
Contratámos uns condutores novatos, cheios de ideias, que a primeira coisa que coemçaram a fazer foi pedir desculpa aos agiotas e a pagar aos fornecedores. Com uma contrapartida. O carro tinha de ser completamente limpo. E vai daí toca de tirar os alleirons, os escapes de rendimento, os vidros fumados, as jantes especiais. Entusiasmados com a sangria, também começaram a tirar a direção assistida, os travões ABS, os vidros eléctricos, o ar condicionado, ao autorádio. Curiosamente deixaram os dados felpudos no espelho retrovisor
Limparam o carro de tal maneira que o deixaram muito parecido com aquele que tínhamos em 1974.
Depois da limpeza, lá se sentaram ao volante. Foi quando descobrimos horrorizados que estes novos tipos não sabem conduzir. Assim que meteram a primeira, saíram da estrada esbaforidos e em pânico, rebentaram com os muros e seguiram directos a um penhasco.
E será assim que nos irão encontrar no fundo de uma ravina.
Um carro desfeito só com quatro rodas, assentos de pano e uma série de gente morta dentro.
Durante 30 anos o nosso carro aguentou-se. O carro, que era um carro bonito, sólido e agradável de habitar, teve uma série de condutores que, apesar de não saberem conduzir lá muito bem, e muitas vezes conduzirem alcoolizados, nunca nos atiraram por uma ravina abaixo.
Tinham era um grave problema: era pessoal do tuning.
Ora, o pessoal do tuning, para além do seu duvidoso gosto estético, endémico a quem pensa que percebe muito de determinada coisa e, para disfarçar, enche-se de iconografia e demais bugigangas relativas a esse assunto, até que o seu interlocutor se sinta de tal modo ofuscado pelo exagero que não faça muitas perguntas, tem ainda o vício de quitar o carro com coisas que são muito vistosas mas na prática não servem para nada.
E foi vê-los, uns após outros, deslumbrados com o equipamento que os anteriores deixaram, numa sofreguidão de "o meu ornamento de capô é maior que o teu ornamento de capô, a quitarem o carro com cada vez mais escapes de rendimento, alleirons, estofos de cabedal, bancos aquecidos, sistemas de combustível a nitrogénio, GPS de última geração e até, um ou outro, uns dados felpudos para pendurar no espelho retrovisor.
Durante 30 anos o nosso carro foi sendo equipado com tudo e mais alguma coisa, útil e inútil, de tal modo que em 2004 o carro parecia estar no seu auge de equipamento e potência.
Só que os condutores tinham outro problema. Deslumbraram-se com o carro que contruiram mas esqueceram-se que tinham que usar o carro para levar os seus passageiros a algum lado. E neste deslumbramento limitaram-se a conduzir um bólide sobreequipado em círculos.
Com este equipamento só dava vontade de pregar o pé no fundo. E, apesar de a sua condução não levar a lado nenhum, não primavam pelo cuidado com o material. Condutor após condutor, usavam o carro como se fosse um NASCAR de competição. Ele era primeiras a fundo, em que cada arranque despachava meio depósito de gasolina, ele era derrapagens apertadas, rotações a bater no vermelho, travagens a deixar borracha no alcatrão e choques com os carros do lado para os ultrapassar.
Mas aos poucos a gasolina ia-se gastando, os pneus começavam a ficar carecas, as pastilhas de travão a começarem bater no ferro e a chapa a caír aos bocados. A pouco e pouco ia-se descobrindo que muitas das jantes vistosas e alleirons de competição, pouco contribuíram para o modo geral de como o nosso pobre carro era conduzido, muito menos para um destino que nos fosse útil ou rentável.
Ainda assim, entre tantas peripécias e solavancos, nós, os passageiros, nunca nos sentimos inseguros, nem nenhum dos seus condutores nos tentou atirar de encontro ao muro ou em sentido contrário de frente para os adversários. Era gente que sabia mais ou menos conduzir, mesmo que em círculos.
Só que esqueceram-se que não tinham dinheiro para pagar a conta. E o pessoal das garagens e revendedores de peças, gente que não prima propriamente pela cortesia e urbanidade, adjectivos difíceis de qualificar a partir de fatos de macaco oleados e chaves sextavadas, começaram a exigir o pagamento. Em segredo, os condutores meteram-se com uns agiotas alemães que prometiam juros baixos para pagar aos tipos dos escapes e dos pneus.
Inevitavelmente, e após tantos anos a andar a gastar gasolina, pneus e travões sem nos levar a lado nenhum, os fornecedores começaram a bater à porta, os agiotas começaram a cobrar juros mais altos e tivémos que expular os condutores.
Contratámos uns condutores novatos, cheios de ideias, que a primeira coisa que coemçaram a fazer foi pedir desculpa aos agiotas e a pagar aos fornecedores. Com uma contrapartida. O carro tinha de ser completamente limpo. E vai daí toca de tirar os alleirons, os escapes de rendimento, os vidros fumados, as jantes especiais. Entusiasmados com a sangria, também começaram a tirar a direção assistida, os travões ABS, os vidros eléctricos, o ar condicionado, ao autorádio. Curiosamente deixaram os dados felpudos no espelho retrovisor
Limparam o carro de tal maneira que o deixaram muito parecido com aquele que tínhamos em 1974.
Depois da limpeza, lá se sentaram ao volante. Foi quando descobrimos horrorizados que estes novos tipos não sabem conduzir. Assim que meteram a primeira, saíram da estrada esbaforidos e em pânico, rebentaram com os muros e seguiram directos a um penhasco.
E será assim que nos irão encontrar no fundo de uma ravina.
Um carro desfeito só com quatro rodas, assentos de pano e uma série de gente morta dentro.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Ainda a marca "Salazar"
Ainda a marca "Salazar". Acho que na verdade ainda não se viu bem o potencial da coisa. Se se registar o nome como uma marca, podemos usar essa marca para qualquer produto.
Produtos esses que também podem apelar aos anti fascistas.
Pode-se por exemplo criar um papel higiénico marca "Salazar" com um relevo macio da cara do Sr. Presidente do Conselho em papel de folha tripla.
Mais iniciativa comercial e menos questões políticas é que é preciso. Este senhor é um idiota mas também pode ser um visionário. Depende de quem bebe vinho ou limpa o cu.
Produtos esses que também podem apelar aos anti fascistas.
Pode-se por exemplo criar um papel higiénico marca "Salazar" com um relevo macio da cara do Sr. Presidente do Conselho em papel de folha tripla.
Mais iniciativa comercial e menos questões políticas é que é preciso. Este senhor é um idiota mas também pode ser um visionário. Depende de quem bebe vinho ou limpa o cu.
sábado, 10 de março de 2012
Kony da mãe...
Serei o único que nunca viu o vídeo do Kony, não sabia puto do que era, do que estava em causa, nem tão pouco no meu tranquilo quotidiano imaginaria quem raio era tal personagem e que havia um vídeo que colocou meia internet em histeria e quando finalmente tentei saber o que era, afinal já era uma fraude?
Pelo que percebi havia um tipo parecido com o Ken, que tinha um filho loirinho com Barbie e o míudo não sabia que havia niggaz em África que se matavam uns aos outros. Assim pediu ao papá para salvar um deles, que não se sabe bem como, tinha perfil no facebook ao mesmo tempo que fugia de balas de um outro nigga mau. Mas de repente o Ken afinal andava-se a fotografar de kalashnikov para sacar umas massas. Tudo isto em três dias...
Damn you internetz. Too fast for me...
Ao menos o porno mantém-se consistente ao longo das décadas, desde a película, passando pelo VHS e acabando em streamings em Flash.O que era verdade num par de mamas ontem continua a ser verdade no mesmo par de mamas hoje e um cumshot há-de ser sempre um cumshut.
Digo-vos, as únicas imagens dignas de confiança na internet têm sempre uma gaja nua e um tipo vestido de técnico da TVCabo
Damn you internetz. Too fast for me...
Ao menos o porno mantém-se consistente ao longo das décadas, desde a película, passando pelo VHS e acabando em streamings em Flash.O que era verdade num par de mamas ontem continua a ser verdade no mesmo par de mamas hoje e um cumshot há-de ser sempre um cumshut.
Digo-vos, as únicas imagens dignas de confiança na internet têm sempre uma gaja nua e um tipo vestido de técnico da TVCabo
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Gostas cabrão?
Declaração de intenções: Hoje é segunda feira, e de manhã, por isso o post é ligeiramente, mas só ligeiramente, mais azedo.
Dedico esta postagem ao velhinho que, numa tarde de março de 2006, imediatamente após à eleição de Cavaco Silva para o seu primeiro mandato, e claramente ressabiado por estar um socialista no governo, declarava em alto e bom som para os restantes utentes do autocarro da TST (que hoje já não existe, desde que foram cortados a metade entre a Amora e Cacilhas):
"Agora é que esta gente vai ver, agora é que vão aprender" - numa alusão à subida de Cavaco ao mais alto cargo da nação.
Pergunto ao velhinho, que não sei quem era, onde quer que ele esteja agora:
- Gostas cabrão? Estás a gostar de estar de joelhos e de boca aberta enquanto o Cavaco te urina em cima cabrão? Gostas tanto que a seguir baixas as calças e voltas-lhe o cu.
Bom dia.
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