Processo Divino

O Destak (esse jornal diário de antologia resumida) tem uma coisa engraçada em que dá notas positivas e negativas às celebridades. As notas de hoje destacavam positivamente a mulher do falecido Heath Ledger e negativamente o Mel Gibson... Terá insultado mais um judeu? Na, desta vez o Mel está memos em maus lençóis. Vai levar com um processo em cima do próprio Criador, Deus nosso senhor que está lá em cima, num escritório todo catita. Senão vejamos:


Atentem bem no título "Argumentista da Paixão de Cristo" (nada menos que Deus nosso senhor através dos testemunhos dos Apóstolos Mateus, João e outro gajo qualquer de sandálias que não me lembro o nome) processa Mel Gibson por má fé" Pimba!

Ou seja, o departamento jurídico do Criador (decerto liderado por um demónio qualquer, tipo Samael ou Azrael - já que Lúcifer está demasiado ocupado a limpar as escamas da pila para se ocupar destas merdas) levou 4 anos a decidir que a representação Neo-Barroca de Jesus Cristo, versão posta-de-sangue-saco-de-porrada, não se coaduna com uma contemporaneidade mais terra-a-terra e acha que a Paixão de Cristo deve antes ser filmada por um aluno da Escola Hiper-Realista Romena, tipo Cristi Puiu (o do A Morte do senhor Lazarescu) e mostrar um Cristo que, em vez do Calvário forçado pelos soldados romanos, após levar nos cornos de um pelotão da GNR leva 6 horas nas urgências entre S. José e o Garcia de Orta em Almada à espera de vaga para fazer um TAC. Depois, quando finalmente lhe desencantam um lugar na fila porque o velhinho á frente dele afinal precisava era de tirar a apêndice, morre com um aneurisma (provocado pela coronhada de uma G3). A ressurreição dar-se-á no velório da ag~encia funerária onde a Nossa Senhora Maria mãe de Deus discute com o Bispo de Fátima porque não quer um enterro católico, já que afinal o tipo era Judeu.

Ou seja, a Paixão de Cristo é um exercício de mau gosto finalmente reconhecido pela Igreja e é altura de reinventar o mito. O nosso Mel está tramado.

PAX